quarta-feira, 19 de junho de 2013

Espere por mim

Aos 86 anos minha vó deixou a família. Não choremos sua morte.....comemoremos sim sua vida.
 
 
A consternação não cabe
Sobeja salgadamente pela face
O sentimento se esvai
O que era hoje torna-se saudade
 
Perpetrei o melhor
Para ser mais próximo
Sei que não foi o bastante
Tornou-se contraditório
 
Contrário ao meu bel-prazer
E ao que é correto
Foi-se antes da hora
Como se o tempo estivesse ao inverso
 
O lento acelerou
O eterno findou
O antes se tornou
A saudade que ficou
 
A efígie é o que resta
A saudade pinta a tela
A pintura eu já tenho
Impressa na minha cela
 
Eterna se torna
No momento que vai embora
Mas.....mais presente agora
Nos olhos que aflora
 
Com sua beleza tísica
Ainda era a mais bela das castas
Sensível ao toque....suave como seda
No seu coração....as mais ternas belezas
 
Fugiu aos nossos olhos
Mas outros agora a veem
Aprecie quem sempre te esperou
Segure sua mão e aproveite
 
Um dia nos depararemos
E deixarei de ser elegíaco
Na voragem da saudade viveremos
E então.....jaz um timorato choramingo
 
 Início....não é
Nem o......fim
Até logo......até
Espere......por mim


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