quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Pensamentos Apoucados de Mossoró - Nº 4


“A sabatina principia
Mesmo assim o fiscal não se cala, conversa e estorva minha concentração
Ouço o ranger de cadeira, a algazarra de um papel de bala, o rasante de uma mosca, a cantiga de um pássaro, o açoitar das folhas secas ao vento, o alento ofegante de um candidato acabrunhado
Não consigo me concentrar”

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Pensamentos Apoucados de Mossoró - Nº 3


“No teto, sem forro, as teias foliam
Aracnídeos inertes, mas atentos, aguardam o bródio
E a poeira ainda advém
Mesmo ao anoitecer”

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Pensamentos Apoucados de Mossoró - Nº 2


“Percorro até meu destino. São vinte minutos marchando
Contudo, cada gota de suor pesa um quilo
A cada passo estou um metro mais distante do fim
O sol pune, a poeira talha como navalha que é
Nos óculos, uma miscelânea de suor e poeira
O barro da aflição
Até que enfim chego
Para mim, após três dias e quinhentos quilômetros”

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Pensamentos Apoucados de Mossoró - Nº 1



“A poeira incide como neve
Não são grãos, são flocos
Se não resvalo o pano a cada três minutos na mesa ínfima
Dunas se formam”