terça-feira, 18 de dezembro de 2012

A MENTIRA

"A mentira creditada por alguém torna-se dúvida
Por alguns...boato
Por muitos...lenda
Por todos...verdade"

O TERÇO

A tristeza é um terço
Ao desfecho da oração
Só me resta ser feliz
E mais nada

Amar sem correspondência
É esquecer-se de si
É desviver na eloquência do silêncio
De quem sabe o que já senti

As estrelas são luzes do que jaz fora belo um dia
Mas agora o sentimento se esvai
Este é você, que jaz amara...mas ainda cultiva
Assim sou eu, que sentia...mas hoje trai

Não corro além do que posso alcançar
Ainda estou detença no mesmo lugar
Você sabe onde me deparar
Guardada...às portas trancadas...parada no ar

Não sei quanto tempo dura a minha espera
Uma tarde...uma vida...uma sesta
O tempo de uma oração
Com o terço da desilusão

Amar sem ser amada
É morrer em ti
Seja senhor das tuas vontades
E mate-me...assim

Terás o brilho de volta
Da estrela que não feneceu
Assim o sorriso aflora
Da flor que renasceu

Morre...você
Vive...eu

Não tive tempo de me resguardar
O período é implacável
Cruzei eras a te campear
Os pensamentos a abrolhar

Mas não se deslembre
Não careço me mostrar
Permanecerei cá...sempre
No mesmo lugar

Só não posso pressagiar
Que sozinha ficarei
Se não sou sua rainha
Como podes ser meu rei?

Um outro me faz sorrir
E o trono é tomado
Pelo bobo da corte daqui
Até o sonho realizado

Bem aventurada sou
Por tudo que aconteceu
Durante uma tarde...uma vida...um triz
Esperei até onde a vida arremeteu

Morre...você
Vive...eu

Ponderei que fosse assim
Amar sem ser amada
Mas, aprendi...enfim
A caminhar em outra estrada

Hoje as estrelas estão vivas
Cadentes vêm a mim
Amanhã o peso alivia
E percorro mais feliz

As lágrimas santificadas
Pelo terço da ilusão
Ilusão sua eu ficar guardada
Pelo tempo que não é vão

Não és rei
Não sou rainha
Não fomos três
Tampouco dois um dia

Sou eu feliz sem ter
Correspondência do que senti
Sou eu feliz por ter
Aprendido com o que vivi

A melhor das orações
Com o terço da felicidade
Só ou acompanhada
Aprendi a rezar pela minha imagem

Sem te almejar
Aproveitando o bobo ou algum plebeu
Sem me desesperar
O tempo irá retribuir tudo que me aconteceu

Morre...você
Vive...eu

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

O PÊNDULO DO TEMPO

Mesmo que se altere
O pêndulo do...
Tempo se reverta
Ao princípio do...
Segundo...minuto horário
Marcado pelo dia

Não perpetue o que
De fato é temporário
Não determine fim
O que eterno é
Sedentário

Sentimento inverso
Contudo...alienado
Aliena o teimoso
Hereges és sagrado

Não converta o feito
Inverta o que será
Não retorne o tempo
O pêndulo perpetuará

No fim do que é
O póstumo chegará
Trará estigmas...cicatrizes
E...então...pensarás

Nunca é tarde para ouvires
Nunca é cedo para amar
Até no breu vires
Aquela luz a flamejar

Iluminou o céu tristonho
Agora a luz a ofuscar
 Claro vejo o que é risonho
A face iluminada do seu olhar

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Pensamentos Apoucados de Mossoró - Nº 4


“A sabatina principia
Mesmo assim o fiscal não se cala, conversa e estorva minha concentração
Ouço o ranger de cadeira, a algazarra de um papel de bala, o rasante de uma mosca, a cantiga de um pássaro, o açoitar das folhas secas ao vento, o alento ofegante de um candidato acabrunhado
Não consigo me concentrar”

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Pensamentos Apoucados de Mossoró - Nº 3


“No teto, sem forro, as teias foliam
Aracnídeos inertes, mas atentos, aguardam o bródio
E a poeira ainda advém
Mesmo ao anoitecer”