segunda-feira, 26 de agosto de 2013

PERPENDICULARES




O rascunho do que escrevo
O gosto eterno de um beijo
Ao som abafado do que vejo
Tornam ilógicos os sentimentos

Quando encontramos duas retas
Perpendiculares
Mefistofélicos atropelamos com pressa
O que já era reto e vergamos os olhares

A janela
Antes com a mais suntuosa paisagem
Agora abraça
O muro....desconfortante miragem

Vivo cada dia como se fosse o penúltimo
Pois não tenho pressa
A fruta que amadurece antes do tempo
Estraga-se de véspera

Viva
Aos pacientes da estrada....à paciência na caminhada
Mesmo sendo nós perpendiculares
Atropelamo-nos
Cedo ou tarde

Viva
Os rascunhos....os gostos
Os sons...os sentimentos...os abrolhos
Lógicos...ilógicos...como tantos outros

Mesmo retos ou tortos
Com razões ou devaneios
São somente nossos
Perfeitos