sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Aroma de Lar



O que mais gosto quando estou na casa dos meus pais é o aroma de lar

Os pomares nos convidam para fora
Um passeio à meia luz
O sol ainda preguiçoso resmunga para brilhar
Do seu sono mais profano a lua apressada o fez despertar

Agora fora...os pomares a conversar
Os pássaros cintilando...esfomeados a dançar
Gosto do bálsamo...o perfume a abrolhar
Das flores...cardumes coloridos reluzentes do pomar

A noite chega e com ela ruídos invisíveis
Incógnitas indecifráveis esculpidos em minha mente
Tento interpretar as balbúrdias intranscendentes
À noite...no pomar...qualquer bicho vira gente

Insetos afloram nas paredes lisas
Deslizam pelos fachos luzentes da sala de estar
Combinam entre si a dança festiva
Jantam uns aos outros na sala de jantar

No meio do nada
Meio sonho...meio desperto
Onde a escuridão
Vela o sono...vela o inquieto

Antes do mergulho e de sonhar o mais belo
Antes de adentrar no cômodo modesto
Sinto a fragrância e me sinto por inteiro
Estou em casa...pomares...insetos...mas já vem janeiro

Volto para “minha casa”...concreto estrangeiro
Mas com o aroma impregnado no travesseiro
Odor incólume...maestro da mais bela maestria
Até à vista...à próxima visita

O que mais gosto quando estou na casa dos meus pais é o aroma de lar

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Amanhecer

"Abençoada pelo frescor do orvalho, toda manhã torna-se estreitamente úmida aos novos lábios.......os sentidos aguçados rastejam traiçoeiramente ao encontro de alegrias e tristezas opostamente complementares ao definhar do dia".