quarta-feira, 18 de novembro de 2015

DOR NÃO SE COMPARA

Dor não se compara
Não se compara a dor da perda
A dor do coração corado de tristeza
A dor da fome na praça

Dor não se compara
A dor de perder um filho
Não se compara a dor de perder qualquer ente querido
A dor de sentir a pedra na vidraça

Dor não se compara
Não se compara a dor da religião extrema
A dor da invasão sangrenta
A dor de uma mãe perder a guarda

Dor não se compara
A dor da cara suja de lama
Não se compara a dor de nenhum drama
A dor de quem foi levado com a casa

Dor não se compara
Não se compara a dor de se ganhar um rótulo
A dor da intolerância sem modo
A dor do dedo apontado na cara

Dor não se compara
A dor do desgosto pelo trabalho
Não se compara a dor da mãe do presidiário
A dor da mãe da vítima caída na sacada

Dor não se compara
Não se compara a dor do refugiado
A dor do europeu explorado
A dor do extremismo da nossa alma

Dor não se compara

sábado, 7 de fevereiro de 2015

LIBERDADE APRISIONADA


Na esperança da liberdade da entrega
Entrego a ti todas as minhas amarras
Preso nos medos deformados pelo tempo
Libertas os sentimentos prisioneiros da alma

Questionando as certezas
Certamente duvidosas
Afirmando negações
Negativamente silenciosas

Clareando o breu da alma
Faltando o que antes sobejava
Sobrando o que agora mata
Auspicioso continuo na entrega

Entregando o que mais me afeta
Afetivamente preso na liberdade que recebi
Displicente ao que se passa ao redor
Mas consciente do que se passa em mim

Todavia liberto na prisão em si
Criada pela certeza que hoje vejo em ti
Mas ainda esperançoso na liberdade da entrega
Entrega que me aprisionará na liberdade enfim 

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Liberdade Cativa



Na esperança da liberdade da entrega
Mas preso nos temores deformados pelo tempo
Questionando as certezas da espera
Certamente duvidosas geram medo

Clareando o breu da alma
Faltando o que antes era sobra
Sobrando o que agora mata
Auspicioso continuo na entrega

Entregando o que mais me afeta
Afetivamente preso na liberdade que auferi
Displicente ao que se passa ao redor
Mas consciente ao que se passa em mim

Hoje liberto nos desígnios que hoje pelejo
Mas cativo nos anseios presos a mim
Criados pela certeza que hoje vejo
Mas ainda esperançoso na liberdade que sinto em ti

Tendo certeza do que hoje almejo
Tão certo do que apeteço
Tão clara como a luz que cega
É a dúvida que tudo isso acarreta

Nada mais intenso me inspira
Do que a liberdade cativa

segunda-feira, 7 de abril de 2014

OUTRO MUNDO


Hoje
Repeti o mesmo mundo....no fim
Viver de amor....e depois
Morrer brandamente em mim

Outro castelo recriei
Após rochas caírem
Até a pintura borrei
Com as mais belas alvitres

Agora procure o que te desperta
O que te deixa em alerta
O que queima, mas não arde
O que, mesmo no fim, nunca é tarde

O que ficou para trás
São esfumaturas embranquecidas
Perde-se o tom da tinta
Mas não a importância adquirida

Pois mesmo manchas abstrais
Ainda borram a pintura que já fora
A vida em sete cores iniciais
Torna-se cinza, diferente de outrora

E não segui seus passos
Preferi os meus
Eram mais suaves
E livres do que os teus

Pesadas eram as rédeas
Que determinavam a direção
Dos raios e das pedras
Que atingiam o coração

Amanhã
Vou reinventar outro mundo.....se der
Morrer de amor....e depois
Ressuscitar num domingo qualquer